domingo, 2 de janeiro de 2011

A "escolha" tão feita mas tão suspeita

Bom seria se o trabalho fosse uma escolha em que poderíamos optar entre sim, ir trabalhar, e não, não ir trabalhar.
Mas para isso o trabalho teria que ser diferente. Se fosse como é hoje, em que as pessoas se vem como escravas do trabalho, em que nossas vidas se baseiam nele, passamos 8 horas de nosso dia nos dedicando a ele e quando voltamos nosso suposto tempo de ócio acaba se tornando uma continuação do tempo de trabalho, em que acabamos tendo que descansar para o próximo dia. É muito esforço que se faz, e o que ganhamos com isso?
Nada, essa é a verdade, aliás ganhamos muitas coisas, como a depressão, o stress, síndromes, câncer, tudo isso por conta de querer transformar o homem em máquina. E se você não está disposto há quem esteja e você será descartado.
Se continuasse sendo assim, é claro que todos optariam por não trabalhar e todos morreriam de fome pois nosso sistema não permite isso.
Mas para que tudo isso fosse diferente e trabalhar fosse até mesmo um ato de prazer, as pessoas teriam que fazer aquilo que gostassem, seria uma continuação de suas práticas de hobbie e nem veríamos como trabalho.
Será que isso seria possível? Já sei, antes que chegássemos nesse estágio que seria um estágio bem perfeito, uma grande evolução seria se nos dias de hoje, cada um com o seu trabalho fosse bem remunerado. E que não houvesse a "mais-valia", em que um dia de trabalho paga seu salário e o resto de seus dias de trabalho é o lucro do empresário.
Se assim fosse o trabalho automaticamente poderia se tornar prazeroso, pois assim você se sentiria bem retribuído pelo que faz e isso lhe traria prazer. Haveria um tempo efetivo de ócio, para as pessoas poderem pensar, sim, criticamente na vida, no sistema, no além, seja no que for, tempo para práticas culturais.
SIM, isso é possível, precisamos chegar nesse estágio em que os lucros são justamente divididos e que as pessoas são tratadas como humanas e não como máquinas.
Vamos lutar para que isso seja uma realidade e não uma utopia.
E enquanto isso não se efetiva vamos tomar cuidado com a escolha suspeita.


Filá.


Imagem do artista Carlos Zilio.

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